Origens e História do
Rito Brasileiro
C.˙. M.˙. Odair
Formagio Junior – CIM: 275684
Loja Barreto Leme – Nº
4010
1. Introdução
O Rito Brasileiro hoje é o segundo Rito mais difundido entre
os Ritos adotados no Brasil. Novas Lojas estão sendo fundadas, a sua maneira
harmoniosa de ser executado, os seus propósitos cívicos, morais, históricos e
culturais, estão fazendo a cada dia mais adeptos. Ele vem se firmando cada vez
mais e vem encontrando sua identidade a qual, dentro de mais alguns anos,
estará completamente formada.
Convém frisar que o Rito Brasileiro é patriótico sem ser
nacionalista ou xenófobo.
Tanto é verdade que ele prega que "Constitui um dos
altos objetivos do Rito o incentivo e a prática do Civismo em cada
Pátria". Ele, desde que adaptado a qualquer país, poderá ser usado como
sendo o Rito daquele país.
Os graus superiores são transparentes, modernos, objetivos,
fluentes e lindos. Além de seu desenrolar ser escrito em linguagem moderna e
bastante compreensível, não existe aquela auto imprecação onde o elevando na
hora de seu juramento fica chamando sobre si as piores pragas e os maiores e
trágicos castigos caso seja considerado um mau adepto. O Rito Brasileiro confia
mais na palavra do maçom. A palavra de um Homem tem muito mais valor que um
juramento forçado, pueril e ambíguo.
É um Rito Teísta e a sua concepção de Deus é que ele seja o Supremo
Arquiteto do Universo, e não Grande Arquiteto do Universo, pois
"grande" não define em profundidade a ideia de Deus para os Maçons do
Rito Brasileiro, uma vez que "grande" é um epíteto muito usado
frequentemente para definir coisas imensas. Respeitam-se, porém, as concepções
de outros Ritos sem quaisquer restrições.
2. Origens e História do Rito Brasileiro
Um Rito Maçônico, criado no ambiente de nossa Pátria, foi sempre
uma aspiração do Maçom no Brasil. Essa aspiração evidenciou-se pela primeira
vez, em 1878, com a “Constituição da Maçonaria do Especial Rito Brasileiro”, em
Pernambuco, tendo como
seu fundador o Irmão José Firmo Xavier, que se condecorou com
o imponente título de Grande Chefe Propagador devendo ser, em caso de morte,
substituído por um Grande Chefe Conservador. Entre os papéis deixados pelo
Imperador Pedro II e reunidos em dois códices pela Biblioteca Nacional,
encontram-se a sua Constituição e a “Caderneta Nominal dos Sócios” (Quadro de
Obreiros), com 838 assinaturas de Irmãos maçons daquele Oriente àquela época e
foi dedicado à proteção do Imperador e ao Papa.
Embora várias outras tentativas fossem promovidas, o Rito
Brasileiro só tomou impulso, realmente, com o Decreto nº 500, de 23 de dezembro
de 1914, por iniciativa do General Lauro Sodré, então Grão-Mestre do Grande
Oriente do Brasil, consolidandoo como Rito Regular, Legal e Legítimo, o que
veio dar-lhe caráter decisivo e imperecível.
Através do Decreto nº 536, foi apresentada à Assembléia
Geral, em sessão de 16 de outubro de 1916, a Constituição do Rito, que foi
apreciada com citações de louvor, sendo promulgada em 1916/1917, passando,
assim, a ser reconhecido, consagrado e autorizado, em todo o território
nacional.
O Decreto nº 554, de 13 de junho de 1917, adotou e incorporou
ao Patrimônio da Legislação do Grande Oriente do Brasil a 1ª Constituição do
Rito Brasileiro, contendo sua Declaração de Princípios, Estatutos,
Regulamentos, Rituais e Institutos.
Muitos movimentos foram realizados em prol do Rito e várias
tentativas de fundação de Lojas foram feitas em alguns Estados mas não
sobreviveram, por inexistência de uma Oficina Chefe do Rito, e/ou por falta de
rituais impressos.
Em 1921, tentaram implantar o Rito, editando Rituais nos três
Graus Simbólicos, haja vista que quando da fundação esses rituais não foram
editados pelo Grande Oriente do Brasil. Na realidade, esses Rituais eram cópias
quase fiéis do Rito de York, uma vez que um ano antes haviam sido traduzidos do
inglês para o português e impressos pelo Grande Oriente do Brasil. Com os rituais
prontos, a Loja Campos Sales, do Oriente de São Paulo, recém-fundada, passa a
trabalhar no Rito Brasileiro, tornando-se assim a primeira Loja a trabalhar no
Rito Brasileiro, porém por pouco tempo. Outra tentativa deu-se no Oriente de
São Paulo, em 1928, quando a Loja Ipiranga tentou trabalhar no Rito Brasileiro,
também não obtendo sucesso. Através do Ato nº 1617, de 03 de agosto de 1940, é
formada uma Comissão de sete membros para a reestruturação do Rito Brasileiro,
que estava adormecido desde a década de 20, e através do Ato nº 1636, de 06 de
fevereiro de 1941, é nomeada uma Comissão para a formação da Oficina Chefe do Rito,
dela fazendo parte os Irmãos remanescentes da fundação do Rito em 1914, mais os
Irmãos Álvaro Palmeira e Otaviano de Menezes Bastos, sendo, em 19 de abril de
1941, aprovada e publicada a Constituição do Rito Brasileiro, devidamente
aprovada pelo Conselho Geral do Grande Oriente do Brasil.
A Oficina Chefe do Rito passou a chamar-se Soberano Supremo
Conclave do Rito Brasileiro, sendo eleito para dirigir o Rito o Irmão Otaviano
de Medeiros Bastos, que passou a ter o título de Soberano Grande Principal
(hoje, Soberano Grande Primaz), e o Irmão Álvaro Palmeira, o título de Grande
Propagador (hoje, Grande Regente). Porém, pela efemeridade das Lojas, o Rito entra
em adormecimento.
A implantação definitiva e vitoriosa só ocorreu quando,
através do Decreto nº 2.080, de 19 de março de 1968, o Irmão Álvaro Palmeira,
então Grão-Mestre Geral, nomeou uma nova Comissão com amplos poderes de revisão
e reestruturação do que fora feito até ali, a fim de pôr o Rito “rigorosamente
acorde às exigências maçônicas da Regularidade internacional”, conferindo-lhe
“âmbito universal, separando o simbolismo do filosofismo e constituindo-o em
real veículo de renovação da Ordem, conciliando a Tradição com a Evolução”. O
Soberano Supremo Conclave do Brasil para o Rito Brasileiro foi reerguido em 25
de abril de 1968, com a aprovação da nova Constituição, e o Rito passou a ter
nova denominação: Rito Brasileiro de Maçons Antigos, Livres e Aceitos. Nesta
mesma data é fundada a primeira Loja Simbólica do Rito Brasileiro nessa fase de
reimplantação, a Loja Fraternidade e Civismo, no Oriente do Rio de Janeiro (à
época, Guanabara), que passou a ser a Loja Primaz do Rito Brasileiro. Por este
motivo, ficou consagrado o dia 25 de abril como o Dia Nacional do Rito
Brasileiro.
No mesmo ano, são fundadas as Lojas Araribóia (Niterói-RJ, em
04 de maio) e Castro Alves (Salvador-BA, em 07 de maio); e a Loja Labor e Civismo
(Cataguases-MG, em 24 de maio) muda do Rito Francês para o Rito Brasileiro,
tornando-se a quarta Loja do Rito. No dia 1º de junho, o Boletim Oficial do
Grande Oriente do Brasil publicou a aprovação, pelo Conselho Federal da Ordem,
da Constituição do Rito Brasileiro. Em 10 de junho, é assinado o Tratado de
Aliança Maçônica entre o Grande Oriente do Brasil e o Supremo Conclave do
Brasil para o Rito Brasileiro, ratificado pela Assembléia Federal Legislativa
em 27 de julho de 1969. Em 24 de junho de 1968 o Irmão Álvaro Palmeira passa o
Primeiro Malhete da Ordem ao seu sucessor e passa a dedicar-se exclusivamente
ao Rito Brasileiro, que deixara totalmente constituído, com sua Oficina Chefe
funcionando, e com quatro Lojas Simbólicas também funcionando.
A partir de sua reestruturação ocorrida em 1968, o Rito
Brasileiro passou a se expandir pelo Território Nacional, formando Lojas
Simbólicas e Oficinas Litúrgicas, constituindo, hoje, o segundo Rito mais
praticado no Brasil, estando presente em quase todos os Estado da Federação.
3. Conclusões
Através deste trabalho foi possível entender e conhecer um pouco
das origens do Rito Brasileiro, assim como a história de seus idealizadores. A criação do Rito Brasileiro engloba uma
história de ideais, enfatizando que "a
Maçonaria é universal, mas o Maçom tem uma Pátria". Assim, o Rito
Brasileiro vem atender as peculiaridades sócias geográficas que influenciam o
Maçom Brasileiro.
Referências
http://www.ritobrasileirogob.com.br/portal/mnuhistoria.html -
Acesso em: 25 de janeiro de 2014.
http://www.lojatabajara.xpg.com.br/rito.htm - Acesso em: 07
de março de 2014.
http://www.redempcao.org.br - Acesso em: 07 de março de 2014.
http://www.ritobrasileiroms.org.br - Acesso em: 25 de janeiro
de 2014