terça-feira, 28 de dezembro de 2021

A INFLUÊNCIA DA MAÇONARIA E DO POSITIVISMO NA BANDEIRA DO RIO GRANDE DO SUL

Bandeira Oficial do Rio Grande do Sul

A Bandeira da República do Piratini ou República Rio-Grandense possui a sua origem um pouco desconhecida e a maioria dos historiadores afirmam que o Padre Hildebrando foi o autor do desenho original em 1835. Neste primeiro desenho, não existia nenhuma escrita, apenas as três cores o verde, o vermelho e o amarelo.
Não há um consenso sobre o que representam as cores da bandeira Rio-Grandense, uma versão possivelmente mais próxima da real, alegam que as cores expressariam o auriverde do Brasil separado pelo vermelho da guerra e outras mencionam que o vermelho seria o ideal republicano.

1ª Bandeira Farroupilha

Já o lema “Liberdade, Igualdade e Humanidade” foi usado desde 1839, quando os farrapos ocuparam Santa Catarina e proclamaram a República Juliana, sendo que foi o Major Bernardo Pires, outros falam que foi José Mariano de Matos que teria dado os retoques finais onde aplicou inúmeros elementos maçônicos e positivista a obra.

Lema da República Juliana: Liberdade, Igualdade e Humanidade

Uma importante observação é  este lema, possui origem também maçônica. A Revolução Francesa teve como lema: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. Essa ampla utilização de simbolismos maçônicos se dá pois a elite gaúcha militar, em sua grande maioria, era maçônica, além de positivista, portanto substituíram a Fraternidade por Humanidade .
Os dizeres “Liberdade, Igualdade e Humanidade”, assim como “República Rio-Grandense” e “20 de Setembro de 1835” em nossa bandeira, foram oficializados  como símbolo oficial do Estado pela Constituição Estadual em 14 de julho de 1891, através do Dr. Júlio de Castilhos, Governador do Estado e autor da Constituição,  amante do Positivismo de Auguste Comte, sendo seu grande discípulo e incentivador no Rio Grande do Sul.  

Até aquela época, a Revolução Farroupilha era chamada de guerra civil. Esses republicanos positivistas tinham bem a noção de que uma identidade se constrói a partir de um mito fundador. Conhecimento que os republicanos positivistas  trabalharam pela construção da República no Rio Grande do Sul e a construção de uma identidade regional.

Templo Positivista - Porto Alegre / RS

Vamos analisar então o resultado final de nossa Bandeira e as influências da Ordem Maçônica e da Religião Positivista ou Humanista, primeiramente a descrição oficial do Governo do Estado do Rio Grande do Sul.
“As armas do Estado ou Brasão são as da história Republicana Rio-Grandense, onde contém: o escudo oval, em prata com um quadrilátero com sabre de ouro, sustentando na ponta um barrete frígio vermelho, entre ramos de fumo e erva-mate de sua cor, cruzando sobre o punho do sabre; um losango verde com duas estrelas de cinco pontas de ouro, colocadas nos ângulos superiores e inferiores; ladeado por duas colunas jônicas compostas com capitel e três anéis no terço inferior de fuste liso, de ouro, encimadas por uma bala de canhão antigo, de preto, assentes sobre um campo ondulado, de verde em ponta.

Barrete Frígio Vermelho

Ao redor deste escudo, uma bordadura azul, contendo a inscrição República Rio-Grandense e a data 20 de setembro de 1835, de ouro, separadas por duas estrelas de cinco pontas, também de ouro; o escudo está sobreposto a: quatro bandeiras tricolores (verde, vermelho e amarelo) entrecruzadas duas a duas com hastes rematadas de flor de lis invertidas de ouro.

Colunas Maçônicas

As duas bandeiras dos extremos estão decoradas com uma fita vermelha com bordas de ouro, atadas junto à ponta; no centro uma lança da cavalaria, de vermelho, rematada por uma flor de lis, de ouro, entre: quatro fuzis armados de baionetas de ouro e, na base do conjunto os troféus de armas, dois tubos-canhão de negro, entrecruzados, semicobertos pelas bandeiras; um listel de prata com a legenda Liberdade, Igualdade, Humanidade, de negro.”

Escudo do Rio Grande do Sul

O que conseguimos identificar de imagem maçônica, ou que os estudiosos assim o consideram:
  • Primeiro, o quadrilátero de prata simboliza a Loja, a Maçonaria local;
  • Segundo, o sabre de ouro dentro do quadrilátero, é a Maçonaria local em ação;
  • Terceiro, o barrete frígio ou barrete da liberdade em vermelho, símbolo do regime republicano, que fica bem ao centro do brasão na ponta da espada, indica que o objetivo dessa ação é a República;
  •  Quarto, os ramos simbolizam que os ideais nunca devem morrer;
  • Quinto, e um dos mais estranhos, é que existem duas estrelas, uma inferior e uma superior, indicam um símbolo maçônico universal, indicando que a maçonaria do mundo inteiro apoiam os ideias republicanos Rio-Grandenses;
  • E por último, que todo esse simbolismo é posto entre duas colunas, indicando que toda obra planejada deverá obedecer aos postulados da maçonaria.

Lema da Revolução Francesa 

Informações Bibliográficas compiladas por Eduardo Lecey e imagens dos seguintes sites:

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