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terça-feira, 15 de setembro de 2015

CONSIDERAÇÕES SOBRE A INDEPENDÊNCIA: 



A concentração das idéias que resultou em um processo de Independência do Brasil foi resultante de três causas principais. Vejamos, pois, historicamente:
1. O Iluminismo, o qual pregava a liberdade ao combate a opressão das dinastias monárquicas, as quais associadas ao poder político e a então dominante Igreja Católica, subjugavam todas as categorias, leia-se produtoras e contribuintes.
2. O fracassado sistema de pacto colonial português, o qual não se formatava em via de mão dupla, mas unicamente em forma de uma escorchante situação na qual a colônia padecia aos ditames do reino, o que fazia com que todas as benesses fossem remetidas à coroa, tais como a maioria das parcelas da produção, bem como a aplicação de impostos aviltantes e a precariedade das condições de vida, em seu cotidiano, ainda mais se levada em comparação com aqueles que gravitavam ao redor dos abastados.
3. Não menos importante, cumpre destacar a independência dos Estados Unidos da América, pois esse processo, também veio a comprovar, ao longo dos tempos, que por mais poder, equipamentos bélicos em profusão e fartas condições financeiras, por parte dos dominantes, as colônias poderiam, dentro de sua diminuta capacidade operacional, alterar esse estado das coisas e sempre restaria a chance de uma nova vida, com a construção de um novo regramento social.
Porém, de minha parte, acredito que a grande responsável pela tomada das idéias de abolição em relação ao reino está naquilo que ocorre desde os tempos iniciais da história mundial e que percorre todo o globo terrestre.
Se analisarmos, detidamente, todas as grandes alterações no “modus vivendi” dos grupos sociais verificamos que os precursores das idéias foram aqueles que através de deslocamento geográfico, constataram “in loco” outras formas de comportamento e interação social, na relação governantes e governados e, ao retornar difundiam essas metodologias para aqueles mais próximos, criando uma multiplicação de anseios.
Retomando, há que se atentar que o Iluminismo que pregou a liberdade de combater a opressão monárquica, se mostra como a antítese do sistema monárquico absolutista, o qual, por si só, nega a igualdade entre as pessoas, notadamente naquele período histórico, onde vigoravam apenas e tão somente a autoridade através de um título concedido ou, ainda, e mais especialmente, pelo nascimento.
Como mostras dessa cultura, constata-se que na chegada da corte, ao Rio de Janeiro, os principais prédios foram confiscados, como o Palácio da Quinta da Boa Vista, o qual se tornou residência real e pode-se destacar, também, a farta distribuição de títulos de nobreza, tais como  Marquês, Visconde, Duque e Barão.
Constatamos hoje, ainda arraigadas em nosso imenso território, práticas como o coronelismo, o clientelismo, e outras, corruptas, não apenas dos políticos, mas de grande parte da sociedade brasileira que se julga superior por fazer parte de uma elite intelectual, financeira ou  étnica.  
É bem provável que esse período de colonização seja o desencadeador desses comportamentos.
Para finalizar, como dito anteriormente constata-se que o povo uniu-se em apoio a uma causa, de forma cordial, em detrimento aos colonizadores mais abastados, o que se mostra como algo positivo, mas não podendo chegar ao ponto de se aceitar o carimbo maléfico contra nossos antigos colonizadores.

Por fim, pode-se dizer que a Maçonaria foi, como historicamente ocorre, a precursora desses desdobramentos.


Texto Ir.´. Alexandre Gotz das Neves

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