O NOVO DESPERTAR
Álvaro Palmeira e a
Consolidação do
Rito Brasileiro
Quando Álvaro Palmeira assumiu o seu mandato, em 1963, o Rito Brasileiro apresentava o seguinte cenário:
a) Era um Rito reconhecido e incorporado ao Grande Oriente do
Brasil, reconhecido, consagrado e autorizado pela Soberana Assembléia e tinha a
sua Constituição adotada e incorporada ao patrimônio legislativo do Grande
Oriente do Brasil;
b) Ocorreram duas tentativas para a sua implantação
definitiva, uma em 1921, em São Paulo e outra em 1940, na antiga Guanabara, com
a publicação de alguns Rituais e fundação de algumas Lojas;
c) As lojas surgidas em diversos Orientes, tanto naquele
período inicial e outras mais recentemente, fracassaram pela falta de Rituais
completos e ausência de governo no filosofismo do Rito;
d) Dois Atos haviam sido baixados pelo Soberano Grão-Mestre
Geral, em 1940, o de nº 1.617, relacionado com a constituição do núcleo do
Corpo Máximo do Rito Brasileiro (Supremo Conclave), e o outro, o de nº 1.636,
que designava uma comissão para sua regularização;
e) Vários IIr∴ de relevo, depois de 1940, haviam
sido agraciados com o mais alto Titulo do Rito, ainda que o Supremo Conclave,
logo adiante, viesse adormecer;
f) Havia, nessa época, um interesse manifesto pelo
Grão-Mestrado, em promover uma reformulação na Maçonaria no sentido de ela
corresponder às exigências do momento vigente, e o Rito Brasileiro, por seu
conteúdo, era o que possibilitaria a interação da Maçonaria Contemplativa à
Maçonaria Militante, respeitando o alto conteúdo doutrinário da Instituição. A
Igreja Católica era o exemplo marcante de que era possível a uma instituição
que cultiva a tradição, ser evolutiva no atendimento das necessidades
conjunturais da sociedade;
g) Em março de 1968, infelizmente, não havia nenhuma Loja do
Rito Brasileiro do Grande Oriente do Brasil em funcionamento, encontrando-se o
Rito até então adormecido.
Assim, o Soberano Grão-Mestre Geral Álvaro Palmeira, considerando
o cenário existente, e o desejo insistente de numerosos IIr∴ em vários Orientes, de trabalharem no Sistema do Rito Brasileiro, que vinham
de encontro aos seus próprios anseios, e contando com o apoio
e a aprovação unânime dos IIr∴ do Conselho Federal da Ordem,
desencadeia o processo de implantação regular do Rito Brasileiro, ao baixar o
Decreto nº 2.080, de 19 de março de 1968, que teve o intuito de renovar os
Superiores Objetivos do Ato nº 1.617, de 03 de agosto de 1940, como
marco inicial da efetiva implantação do
Rito Brasileiro, e determina a constituição de uma Comissão Especial, composta
por 15 Poderosos Irmãos, com a finalidade de reverem, com plenos poderes, a
Constituição do Rito Brasileiro, publicada pelo Grande Oriente do Brasil, em
1940, de modo a colocar o Rito rigorosamente em acordo com as exigências
Maçônicas da Regularidade Internacional, fazê-lo Universal, separar o Simbolismo
do Filosofismo, e tornando-o um
verdadeiro veículo de renovação da Ordem, conciliando a Tradição com a Evolução.
Participaram desta Comissão os EEm∴ IIr∴ Benjamim Sodré, Grão-Mestre Geral Honorário e Erasmo Martins Pedro, Grão-Mestre Adjunto, e mais os PPod∴ IIr∴ Adhmar Flores, Alberto Alves Sarda, Álvaro de Mello Alves Filho, ARdvaldo
Ramos, Cândido Ferreira de Almeida, Edgard Antunes de Alencar, Eugênio Macedo
Matoso, Humberto Chaves, Jorge Bittencourt, Jurandyr Pires Ferreira, Norberto
Santos, Oscar Argollo e Tito Ascoli de Oliva Maya.
O Professor Álvaro Palmeira se designou Assessor desta comissão,
orientando seus trabalhos, inclusive na redação da nova Constituição do Rito,
aprovada em 25 de Abril de 1968. Nela, os quatro Títulos de Honra, constantes
na Constituição de 1919, transladaram-se para as quatro Oficinas Litúrgicas:
Sublimes Capítulos - Mestres e Cavaleiros, Graus 4 a 18; Grandes Conselhos -
Missionários, Graus 19 a 30; Altos Colégios - Guardiões do Bem Público, e do
Civismo, Graus 31 e 32; e Supremo Conclave - Servidor da Ordem e da Pátria,
Grau 33.
A Comissão constituída se esforçou para por o Rito em ordem,
porque ele já era Legal, Regular e Legítimo.
A Magna Reitoria inicial tinha como Grande Primaz de Honra o
Ir∴ Almirante Benjamim Sodré. O primeiro
Grande Primaz de Ofício foi o Ir∴ Humberto Chaves, seguido pelos IIr∴ Adhmar Flores, Cândido Ferreira de Almeida. O atual Grande Primaz Nei
Inocencio dos Santos, assumiu o cargo, no fim da década de oitenta, com total apoio de Álvaro Palmeira, do qual foi seu assessor
direto.
O cargo de Grande Instrutor do Rito foi desempenhado, em
1968, pelo Ir∴ Professor Álvaro Palmeira, responsável pela regularidade Maçônica do Rito e pela exação dos Rituais.
Palmeira, como Soberano Grão-Mestre Geral do Grande Oriente
do Brasil, moldou o Rito, na área doutrinária e intelectual, na esfera do
conhecimento. Em 1968, ele deu estrutura ao Rito e escreveu todos os nossos
Rituais Simbólicos e Filosóficos, exceto os Rituais dos Graus 15, 19, 29 e 33,
de autoria dos Eminentes Irmãos Antônio Carlos Simões (15 e 33), Dagoberto
Sérvulo de Oliveira (19) e Fernando de Faria (29).
CONCLUSÃO
A criação do Rito Brasileiro engloba uma história de ideais,
enfatizando que "a Maçonaria é
universal, mas o Maçom tem uma Pátria". Assim, o Rito Brasileiro vem atender
as peculiaridades sócio-geográficas que influenciam o Maçom Brasileiro.
Álvaro Palmeira propôs a Maçonaria Social, que remete à maçonaria
Universal, a Quarta fase, ao Quarto Período, ao Quaternário. É a Maçonaria
dinâmica, participativa, ecológica, preocupada com a sorte da Humanidade. É o
Renascimento maçônico, no que a Ordem possui de mais belo e profundo: o
Conhecimento e a Fraternidade - esta é a missão destinada ao Rito brasileiro,
ideal máximo de Álvaro Palmeira.
Fonte Site: www.supremoconclave.com.br
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