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terça-feira, 22 de janeiro de 2019

AZUL E GRENÁ, BARCELONA E O ARCO REAL


Temos certeza que todos os leitores, reconhecem o escudo da primeira foto e o conjunto de avental e faixa da segunda foto.  As cores são inconfundíveis e reconhecidas no mundo inteiro, por profanos ou por Irmãos.

Primeiro uniforme de 1899

Na primeira imagem, temos as cores azul e grená, no escudo de um grande time de futebol Espanhol, que prefere ser reconhecido como Catalão. 

Anúncio em jornal em 1899

A identidade é única e a sua história muito rica. Fundado em 1899, por um grupo de Suíços, Ingleses e Espanhóis liderados por Joan Gamper, o Futbol Club Barcelona, é um dos clubes mais queridos do mundo e dono de uma das maiores torcidas do planeta.

Avental e faixa - Arco Real

Já o Arco Real, é descrito por muitos historiadores como sendo, “A mais sagrada parte da Maçonaria, sendo sua raiz, coração e essência” e acabou constando do tratado de união que criou a Grande Loja Unida da Inglaterra, em 1813. 

Era considerado pela Grande Loja dos Antigos como um quarto grau. Mas os “modernos” (primeira Grande Loja, de 1717) possuíam uma postura totalmente diferente, considerado como a conclusão do sistema da Maçonaria Simbólica, a Suprema Ordem do Santo Arco Real.


Evolução dos escudos do Barcelona

O mundialmente conhecido Foot-Ball Club Barcelona nasceu de forma cosmopolita, pois o nome em Inglês, língua da terra aonde o futebol foi criado, a Inglaterra, era bem comum na época. A camisa listrada em azul e grená é uma marca da equipe Catalã, que possui várias teorias para a adoção, as quais vamos descrever a seguir.

Diz a lenda que Joan Gamper teria inspirado-se nas cores do Basel, equipe da qual fora capitão na Suíça, seu País natal, mas que eram azul e vermelho. Outra influência externa é que as cores foram escolhidas por Arthur Witty, um dos primeiros presidentes do clube, que teria se inspirado no time do Merchant Taylor´s School.


Uniforme da década de 40

Outra teoria é que as cores vieram da primeira república Francesa de Robespierre. No entanto, uma história muita  difundida e defendida, pelo jornalista Pedro Blanco, assim como pelo historiador e escritor Xavier Casinos, é que as cores tem a sua origem no Arco Real.

Para entender um pouco mais, temos que retroceder na historia, na cidade de Barcelona, aonde vivia Rossend Arús, esse ilustre Irmão maçom e de ideologia liberal, livre-pensador, Catalão,  e filantropo. Membro fundador da Loja Avant no ano de 1880, a qual o estandarte desta Oficina era com as cores azul e grená. 


Biblioteca Pública Arús

Este Irmão deixou como herança cultural para humanidade, a biblioteca de Arús, que foi aberta ao público em 1895, graças a Rossend Arús. Hoje esta biblioteca tem mais de 80.000 volumes, tornou-se um centro de pesquisa especializado em movimentos sociais contemporâneos, principalmente trabalhadores e maçônicos. 

Mestre Maçom de Marca

Pode se notar que na fachada, temos no formato de uma pedra bem conhecida, para o Mestres Maçons de Marca, assim como uma pintura incrível na sua área interna. Que é uma alegoria; uma figura feminina com um gorro frígio vermelho, cuja a sua direita há uma esquadro e compasso, ao lado do escudo da Loja Avant, criado por Rossend Arús, o maçom que doou à cidade a biblioteca.


Gorro vermelho Frígio


Assim como devemos falarmos de Emili Gaissert, maçom e tio de Joan Gamper que lhe acolheu quando chegou em Barcelona, o qual foi membro da Loja Avant e da  da Loja La Verdad, junto com o seu amigo e Irmão Rosend Arús,  praticantes do rito Inglês conhecido no Brasil como York.


Primórdios do Barcelona

O nosso Irmão Xavier Casinos nos seus estudos e pesquisa, sempre fala, que esta proximidade nos leva a pensar, na sua relação com o clube de futebol, pois até poderia ter sido mais do que uma coincidência, mas acreditamos sim, em uma forte influência de praticantes do Arco Real.


Bem vindo a República da Catalunha

Para entender um pouco mais sobre este sentimento, de usar as cores azul e grená, teremos que entender que na Catalunha,  durante a Guerra Civil Espanhola, a resistência era enorme contra os nacionalistas. O Barcelona era republicano, já o seu arqui-inimigo o  Real Madrid, era Franquista  / Nacionalista, apoiador do ditador  Francisco Franco no futebol Espanhol.

Jornal da época falando sobre o horror em Guernica

O Barcelona já se manifestava contra ditaduras desde o governo de Primo de Rivera, quando vaiou o hino da Espanha em um jogo no ano de 1925. A punição foi o fechamento do clube por seis meses e a renúncia forçada de Joan Gamper, presidente da equipe.

Picasso pintado a sua obra prima Guernica em 1937.
Já na Guerra Civil, e bem em seu início, em 1936, o Barcelona teve mais uma grande perda: o assassinato de Josep Sunyol, seu presidente, que era de esquerda e foi as ruas para gritar “viva a república”.

Os ditadores Adolf Hitler e Francisco Franco no final da década de 30.
O ditador Francisco Franco proibiu símbolos regionais de serem usados, incluindo o próprio idioma catalão, assim como perseguiu a maçonaria a ponto de quase extermina-lá na Espanha. 

As cores da Catalunha e sua bandeira sempre presente nos jogos do barcelona.
As mudanças foram até no nome do Barcelona, que de Fútbol Club Barcelona, se tornou Club de Fútbol Barcelona, e também em seu escudo, quando a bandeira catalã (várias listras vermelha e amarelas) foram substituídas por duas de cada para representar a bandeira espanhola. Como eu disse, Franco proibiu o idioma catalão, e um dos únicos lugares que ainda se falava o idioma com frequência.

Camp Nou, campo do Barcelona, aonde os Catalães estão em casa.
O Barcelona mostrou o seu tamanho ao lutar contra o fascismo, defendendo a Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade e pelo justo reconhecimento do povo Catalã. 


Um clube multi-campeão, no seu País, no se continente e no mundo.

Deixando as histórias de lado, o fato é que o uniforme do clube catalão se tornou um dos mais icônicos e bonitos do mundo, assim como nós maçons, achamos o avental e a faixa do Arco Real.



MAIS QUE UM CLUBE!

Imagens de diversos sites, pesquisados no Google, Wikipedia,  F C Barcelona e revista especial Clio, entre outras.

Texto de Eduardo Lecey, compilados dos sites citados acima e de diversas outras pesquisas.

2 comentários:

  1. Que bela história! É um privilégio fazer parte disso tudo. Acabo de adotar o Barcelona como clube de futebol do coração - junto com o Athletico Paranaense (Furacão) e o Internacional de Porto Alegre (Colorado). TFA

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    1. Grande Irmão Paulo Pereira, também adotei o Barcelona como um clube do coração.

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